sábado, 9 de outubro de 2010

Ciclo I - Indagações

E se eu for feliz? As palavras fugirão de mim? Se eu for feliz, toda esta complexidade que vem conversar comigo me abandonará? Não me preocuparei mais em achar respostas para o quesito "vida" uma vez que já encontrei o ápice da busca humana? Não vasculharei mais cada pedaço de mim esperando encontrar erros e acertos? Não sei...não sei mesmo. Apesar de ter esperança de que um dia a felicidade chegará para eu finalmente descobrir essas respostas, nunca imaginei o túnel que tem que se percorrer para chegar até ela tão longo. Tão longo, que eu nem sequer consigo ver o ponto de luz no fim dele. Perdeu-se no horizonte. E quanto mais milhas eu caminho para encontrá-lo, ainda sim sinto que continuo no breu total.

Eu escrevo angústias, e canto tristezas. Minhas mãos dedilham experiências em lugar das lágrimas que eu não consigo derramar, e meus lábios gritam, chamando um tempo que ainda não chegou. Uma parte de mim anseia por esse tempo mais do que as flores anseiam pela primavera. Não sou como neve, que teme pelo raio de sol. Eu sorrirei quando eu sentir uma pontinha de luz clareando minha vida em escuro. Sorrirei também com uma nuvem de chuva, pois com ela vem arco-íris, pintando a escala de cinza. Mas enquanto eu não sou feliz, turbilhão de pensamentos chegam para deitar em meu ombro e me sussurrar coisas. E aí, então, eu escrevo. É o que eu farei até lá.